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ARTIGO

Não ao distanciamento afetivo

Por Quitéria Péres

04/05/2021 14h49Atualizado há 4 anos
Por: Redação
Fonte: Quitéria Péres
Quitéria Péres (Foto: Divulgação)
Quitéria Péres (Foto: Divulgação)

Mais do que nunca, a vida nos colocou diante de um desafio no âmbito da convivência humana jamais antes imaginado. A Pandemia COVID-19 exigiu um distanciamento imediato e contínuo, que vem se prolongando longamente. A considerar que há um tempo para tudo, em algum momento acabará, apenas não sabemos exatamente quando. Ainda assim, ficarão as marcas de uma experiência repleta de inúmeras dificuldades e aprendizados. Uma experiência marcada por profunda transformação. Ao final dela, não seremos mais os mesmos. Rogo que sejamos melhores em nosso senso de humanização: mais compreensivos, mais resilientes, mais empáticos e solidários. Se tivermos nos apropriado da nossa autenticidade e tomado consciência da nossa vulnerabilidade, esta, com certeza, será uma possibilidade imbuída de perspectiva realmente promissora. A resposta a esse questionamento não depende de outro, mas apenas de nós mesmos, resultando de um diálogo interno permeado de verdade e coragem. Não se iluda: é preciso coragem para lidar com a verdade.

A considerar que nossas necessidades humanas são universais, tanto eu, como você (e todas as outras pessoas), necessitamos de acolhimento, carinho e amparo, sobretudo porque inúmeros momentos do nosso cotidiano tem sido constituídos de sentimentos de tristeza e de angústia psicológica. Ainda que precisemos nos distanciar socialmente, é possível manter o calor necessário às relações humanas. Fazer contato com as pessoas que amamos com o único propósito de expressar nosso afeto e conversar livremente (deixando a palavra circular de modo espontâneo) é um ato simples que se converte num exercício com grande potencial terapêutico em prol da saúde emocional de todos os envolvidos. Ou seja: um telefonema pode alcançar efeitos extremamente positivos. Todos sabemos que uma breve conversa afável com alguém que estimamos não raras vezes se transforma numa experiência tão especial que conscientemente fazemos questão de guardar na memória do coração, justamente para ser revisitada em nossas lembranças. Eis uma dica: entre enviar uma mensagem escrita ou falada, prefira a falada. Entre uma mensagem de áudio e um telefonema, prefira o telefonema. Se puder ser uma chamada de vídeo, melhor ainda, pois o campo visual também tem um enorme poder de conexão. O som da sua voz traduz sentimentos e emoções com eficácia muito maior que palavras escritas, as quais, não raramente, se submetem ao risco de equivocadas interpretações. O brilho do seu sorriso, então, tem o poder de um verdadeiro bálsamo. Todos sabemos que bálsamos afetivos como estes não são encontrados em farmácias justamente porque estão acessíveis indistintamente a todos os seres humanos, independentemente de sua idade, etnia, gênero, classe social ou grau de instrução. O afeto se nutre apenas do desejo de ser sentido e propagado. Quando uma pessoa dele precisa, a outra pode oferecê-lo, expandindo-se numa cadeia infinita que dá sentido à convivência social, a qual nunca deixou e nem deixará de existir.

A propósito, qual foi a última vez que você ligou para alguém especial, por quem nutre gratidão, e expressou seu bem-querer e intuito genuíno de cuidado?

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