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Luiz Cé B1
ARTIGO

Vai viajar? Veja as dicas para uma viagem segura durante a pandemia

Mesmo com as recomendações para ficar em casa durante a pandemia, muitas pessoas vão viajar. Veja dicas de cuidados com a saúde e, também, nas estradas.

04/01/2021 08h20Atualizado há 4 anos
Por: Redação
Fonte: http://www.portaldotransito.com.br/noticias/vai-viajar-veja-as-dicas-para-uma-viagem-segura-durante-a-pandemia
Foto: Deposithphotos
Foto: Deposithphotos

Mesmo com as recomendações para ficar em casa durante a pandemia, muitas pessoas vão viajar neste final de ano e nas férias de verão. No entanto, o que não pode faltar na bagagem são cuidados com a saúde e nas estradas.

Pamela Vieira é chefe da Comunicação
Social da PRF no DF. Foto: Arquivo Pessoal

 

De acordo com a chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Distrito Federal, Pamela Vieira, em 2019, cerca de 80% das causas de acidentes foram consequências diretas de falhas na condução do veículo. Dessa forma, a postura do motorista se torna fundamental para diminuir a violência no trânsito.

Por isso, nós do Portal do Trânsito trouxemos algumas dicas fundamentais não apenas para aqueles que forem pegar estrada nos próximos dias, mas, também para quem for ficar nas grandes cidades.

Cassiano Ferreira Novo é diretor na consultoria Mobilidade Segura EAD, Mestre em
Psicologia do Trânsito e Especialista em Mobilidade urbana e Saúde Pública.
Foto: Luiz Todeschi.

 

A atenção deve ser redobrada até mesmo em trajeto curtos e em regiões do interior ou praias, recomenda Cassiano Ferreira Novo, diretor na consultoria Mobilidade Segura EAD, mestre em Psicologia do Trânsito e especialista em Mobilidade urbana e Saúde Pública. De acordo com ele, deve-se ter uma atenção especial ao uso do cinto de segurança e aos sistemas de retenção para crianças, além de cuidados com pedestres e ciclistas, e principalmente, por ser um período de festas, não conduzir veículos após a ingestão de bebidas e outras substâncias psicoativas.

“Nesse período de férias as pessoas costumam relaxar um pouco mais em relação aos cuidados para um segurança no trânsito. Lembre-se que ciclistas e pedestres também estão expostos a este risco, pois independente do modal escolhido para o deslocamento, é necessário estar bem fisicamente e psicologicamente, sobretudo, por termos  um aumento no número de ocorrências de trânsito tendo com uma das principais causa a mistura de bebida e drogas na condução de veículos automotores”, ressalta o especialista.

Prevenção de acidentes

O psicólogo orienta que, primeiramente, deve-se verificar todas as condições mecânicas e elétricas do veículo automotor, tais como freios, lâmpadas, água e óleo, para-brisas, pneus, dentre outros, além de uma constante atenção ao painel a fim de identificar qualquer sinal de problemas.

Em segundo lugar, o condutor deve verificar todas as condições psicológicas e físicas do condutor, aponta. “Nos aspectos físicos devemos dormir e comer bem, mas não comer muito pouco antes de pegar estrada para evitar sono. Nos aspectos psicológicos devemos estar em dia com atividades físicas, o que melhora muito a nossa saúde mental. Deve-se cuidar com situações de estresse elevado, mantendo o controle da respiração e uma atenção ao gerenciamento das emoções, além de manter a atenção necessária na condução, sem o uso de celular, conversas ou outras atividades que roubem parte da atenção do condutor durante o trajeto”, enfatiza.

Ele reforça, ainda, o quão fundamental é, usar o cérebro para decisões seguras de não ingerir qualquer substância psicoativas, como álcool, remédios fortes e outras drogas, que irão prejudicar os aspectos físicos e psicológicos tão importantes para uma condução segura.

E, em terceiro lugar, os condutores devem conhecer os perigos e analisar os riscos para ações e tomadas de decisão que possam evitar possíveis colisões e atropelamentos, como as quais destaca na sequência o especialista:

  • Respeitar a velocidade máxima sinalizada na via;
  • Verificar se todos os passageiros estão de cinto ou em sistemas de retenção para crianças;
  • Não pegar estrada depois de ingerir substâncias psicoativas;
  • Realizar ultrapassagens de forma segura, na incerteza não a faça. Tenha cuidado com excesso de confiança e erros de julgamento de distância e velocidade entre veículos;
  • Manter a distância segura dos veículos à frente, sempre em velocidade adequada e segura;
  • Sinalizar sempre as trocas de faixa e conversões, observando os veículos e pedestres e cuidando com pontos cegos;
  • Manter a atenção 100% no trajeto, com especial atenção ao não uso do celular durante a condução. A vida é mais importante do que uma mensagem pelo celular, faça apenas com o veículo parado e devidamente estacionado.

Principais motivos para não viajar durante a pandemia do Covid-19

O Brasil soma mais de 30 mil mortes por ano no trânsito. Por outro lado, só nessa pandemia, já tivemos o registro de mais de 190 mil mortes pelo Covid-19. Na opinião do especialista, tais números mostram a gravidade da situação que estamos vivendo – o que bastaria para evitarmos viagens, passeios e interações sociais e exercermos nossa cidadania nesse momento.

“Deveria ser uma questão básica de comportamento social, mas temos dificuldade de nos importarmos com a vida de outros que nem conhecemos. Devemos refletir sobre isso e termos um cuidado mútuo maior, todos ganharemos”, considera Cassiano Novo.

Não utilizar a estrutura dos hospitais em caso de uma ocorrência de trânsito deveria ser outro aspecto para nos fazer ficar em casa e não viajar durante a pandemia, haja vista que normalmente as ocorrências de trânsito ocupam, no geral, 70% desses leitos”, acrescenta. “Nesse sentido devemos evitar deslocamentos para ajudar também as vítimas da Covid-19, pois, nessa pandemia, as equipes e estruturas dos hospitais já estão saturados e faltam leitos e equipes de UTI. A população já está esgotada de todo isolamento feito desde março, mas ainda precisamos ter os cuidados necessários até a vacina ser aplicada no Brasil. Não devemos baixar a guarda, são vidas que estão em jogo e da nossa família também”, reforça.

Cuidados com a saúde

Pensando nos cuidados específicos com a saúde, a médica infectologista do Hospital Santa Catarina, Glaucia Fernanda Varkulja, salienta que o uso de máscara cobrindo nariz e boca, com a porção inferior alojada sob o queixo, e estando bem adaptada às laterais da face; a higiene de mãos com frequência, sempre após tocar superfícies, são os cuidados imprescindíveis na prevenção do coronavírus.

“A fricção do produto escolhido para higienização deve ser feita  por todas as superfícies das mãos por no mínimo 20 segundos. Quando ocorre a higiene de mãos com água e sabão, o tempo total é acrescido de molhar as mãos previamente à fricção, depois enxaguar e secar, por isso, o tempo para lavar as mãos deve ser de no mínimo 40 segundos”, esclarece.

O distanciamento físico deve ser de pelo menos 1,5 metros entre as pessoas, o que corresponde à distância de dois braços entre uma pessoa e outra. É importante, também, optar por estar em ambientes abertos – fechados somente se a ventilação estiver garantida. Deve-se evitar aglomeração, contato com pessoas que estejam doentes, e se, iniciar com sintomas, fazer isolamento, e buscar serviço médico se necessário for, recomenda. “A maneira mais segura de celebrar é em casa com as pessoas que moram com você. Viajar e encontrar pessoas que não moram com você implica em riscos de adquirir Covid-19 e de transmitir a outros. Seu risco de adoecer depende do número de pessoas com as quais você interage, e do comportamento seu e destas outras pessoas”, atenta.

Portanto, de acordo com ela, antes de viajar, é fundamental avaliar e decidir o que é mais seguro para você e para a sua família, lembrando que os casos e mortes estão em alta, e as projeções são de piora nessas curvas, destaca.

“Avalie se você, alguém com quem você mora, ou alguém que você pretende visitar, estão em risco de adoecer gravemente por COVID-19.  Carros e ônibus dificultam manter distância segura de outras pessoas, e geralmente implica em viajar com pessoas que não moram com você, ampliando os riscos de contaminação”, reforça.

Viagens de carro

Como medida de prevenção nas viagens de carro, a infectologista do Hospital Santa Catarina aconselha viajar com o mesmo núcleo familiar no veículo. Caso sejam núcleos diferentes, é indicado o uso de máscaras durante todo o trajeto, assim como o uso de álcool em gel. “É importante evitar o contato com superfícies frequentemente tocadas por passageiros ou motoristas, como o batente e maçanetas, janelas e outras peças do veículo. Quando você tiver que tocar nessas superfícies, use álcool em gel próprio para higienize de mãos. Não aceite ofertas de garrafas de água gratuitas e evite tocar em revistas ou outros itens que possam ser fornecidos aos passageiros”, diz.

A médica dá, ainda, outras dicas. “Sente-se o mais longe possível do motorista, como no banco traseiro, na diagonal em relação ao motorista. Melhore a ventilação pedindo ao condutor para ampliar a ventilação no veículo, se possível, abrir as janelas ou definir a ventilação do ar-condicionado em modo de não recirculação. Reduza o número de paradas e use o pagamento sem toque quando disponível. Após sair do veículo, use álcool em gel próprio para higiene de mãos. Ao chegar ao seu destino, higienize as mãos lavando as mãos com água e sabão ou com álcool em gel”, orienta a Dra. Glaucia Fernanda Varkulja.

Para carro próprio, a recomendação é limpar e desinfetar as superfícies com regularidade – como o volante, alavanca de sinalização e acionamentos, maçanetas, mecanismos para abertura e fechamento de janelas, botões do painel, fivelas de cinto de segurança, acrescenta.

“Considere limitar o número de passageiros no veículo apenas aos necessários. Por exemplo, escolha um ou dois membros da família que não estejam em maior risco de doença grave para fazer as tarefas essenciais”, complementa.

Viagens de ônibus

Para aqueles que forem se deslocar de ônibus, a médica sugere que, primeiramente, consultem as autoridades locais de trânsito para obter as informações atualizadas sobre possíveis mudanças, recomendações nos serviços e confirmação de horários e itinerários a fim de evitar esperas desnecessárias, especialmente se precisar de assistência adicional. “Durante o trajeto, deve-se manter o assento, assim como o uso da máscara sem tocá-la. Nas paradas, atenção às superfícies que toca, devendo sempre estar atento para que na sequência ao toque seja feita higiene de mãos. Ao se alimentar, estar à distância segura de outras pessoas e manter a máscara junto a você, guardada numa embalagem plástica ou de papel. Retirando apenas no momento da alimentação, retornando a colocar quando encerrar a alimentação. Seguida de higienização das mãos antes e após tocar a máscara”, ilustra a infectologista.

Outro fator importante é, sempre que possível, considerar viajar fora dos horários de pico, quando é provável que haja menos pessoas circulando.

“Evite se reunir em grupos e fique fora de espaços lotados quando possível, especialmente em locais de paradas. Considere, também, pular uma fileira de assentos entre você e os outros passageiros, se possível. Entre e saia dos ônibus pela porta mais próxima do seu assento. Procure instruções de distanciamento social ou sinalizações, como decalques no chão ou sinais indicando onde ficar ou se sentar para ficar a pelo menos 1,5 metros de distância dos outros. Pratique a higiene das mãos com frequência e sempre que chegar a seu destino”, acrescenta.

Ela reforça, ainda, a importância de evitar tocar as superfícies frequentemente usadas como quiosques, interfaces digitais, como telas e leitores de impressão digital, máquinas de bilhetes, catracas, corrimão, superfícies de banheiros, botões de elevador e bancos. “Se for necessário tocar nessas superfícies, na sequência higienizar as mãos. Use pagamento sem toque e latas de lixo e portas sem toque, quando disponíveis”, ressalta.

Por fim, segue o alerta da infectologista.

“Lembre-se que uma pessoa sem sintomas, ou que testa negativo recentemente ainda pode ser portador e estar transmitindo o vírus, e que, silêncio é ouro. Ambientes barulhentos, onde as pessoas devem se inclinar e gritar para serem ouvidas, apresentam maior risco de transmissão do que espaços mais silenciosos”, finaliza.

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