A expressão rede social nos remete a um contexto de relações sociais, amizades, grupos e interações. Somos seres sociáveis, naturalmente buscamos as relações sociais, crescemos e precisamos dos grupos para termos momentos de diversão, consolo e compartilhamento das nossas ideias e conquistas. As redes sociais se tornaram virtuais, ficamos dependentes do Facebook, do Instagram, do LinkedIn entre outros. Segundo uma pesquisa da Globo Digital Overview de 2020, no Brasil já somos 140 milhões de usuários das redes sociais, estamos em terceiro lugar no ranking dos países que mais tempo permanecem online.
De tal forma vivemos em uma era de exposição constante. Registramos nossos melhores momentos para compartilhar o tempo todo felicidade e poucas frustrações. Entretanto, nem todas as exposições nas redes sociais são uteis. Temos que estar cientes que uma vez postado na rede social não há controle da dimensão do alcance, nem de quem está vendo nossas imagens. Este contexto é válido também para as empresas que monitoram as pessoas pelas redes sociais, seja para quem está empregado ou para quem está procurando um emprego.
Tanto os setores de RH como os headhunters analisam o perfil dos colaboradores e dos candidatos nas redes sociais, há uma preocupação com a imagem que o colaborador transmite ou irá transmitir da empresa. O uso das mídias sociais deixou muito tênue a separação entre a dimensão privada e profissional. A linha que delimita essa barreira é muito delicada, mesclando o que é de interesse da empresa e o que é de interesse pessoal.
Diversos aplicativos possuem recursos para fazer postagens em grupos fechados, com acesso restrito de visualização, esta configuração é indicada para usos pessoais, festas ou afins. Mesmo assim, é necessário ficar atento, visto que alguém deste grupo pode repostar sua imagem em alguma situação constrangedora e você pode perder o controle do contexto, prejudicando a sua reputação. Vale lembrar que o que é falado em uma mesa de bar evapora, diferentemente de uma publicação nas redes sociais, pois a internet tem memória longa.
Fica então a pergunta: a empresa pode vigiar a rede social dos seus colaboradores? A empresa transmite uma imagem para a sociedade, através da missão, da visão e dos valores, através do marketing institucional, do produto que oferece a sociedade entre outros. Quando um colaborador se expõe nas redes sociais ele expõe também a imagem da organização, podendo contribuir ou prejudicar o que a sua organização considera adequado ou ético. Dentro deste contexto a empresa pode sim acompanhar as redes sociais de seus colaboradores, com o intuito de proteger a sua imagem institucional.
Além destes fatores, a legislação também favorece a empresa. Apesar da CLT ser de 1943, no caso da publicação em redes sociais de atos ofensivos a honra do empregador ou superiores hierárquicos, constituem motivos para a dispensa por justa causa, que pode ser aplicada com base no artigo 482, alínea "k", da CLT.
Enquanto há um vínculo empregatício, há uma ligação direta entre o empregado e o empregador, nesse caso o bom senso deve guiar essa relação através de uma postura respeitosa.
Então, para postar considere algumas dicas:
*Aline Mara Gumz Eberspacher, Doutora em Sociologie pela Université Paul Valery (Montpellier-França). Coordenadora de cursos de pós-graduação na área de Négocios do UNINTER.
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