O novo coronavírus trouxe uma realidade inédita para os brasileiros, o isolamento social. Ficar em casa, sem encontrar os amigos, ou visitar os avós, sem ir ao trabalho, ao cinema ou ao show é uma medida considera urgente e necessária pela saúde pública, para conter o pico da epidemia que atinge o Brasil e o mundo. Nestes dias, o importante é cumprir as regras cuidar para que a mudança temporária do comportamento social não abra espaço para pensamentos negativos crescerem, assim como a angústia. Para isso é importante saber organizar a rotina durante os dias em casa, cultivando e transmitindo para quem está próximo pensamentos responsáveis e otimistas.
Um bom começo é lembrar que a epidemia do novo Corona Vírus não é o primeiro desafio enfrentado no planeta Terra e que não estamos sozinhos, mas fazendo parte de uma estratégia comunitária que pode salvar muitas vidas. "Os humanos já vivenciaram várias epidemias em outros tempos. Faz parte da nossa história", diz a coordenadora do curso de psicologia da Estácio BH, Renata Mafra. Segundo ela, o rápido e intenso fluxo das informações pode provocar a sensação de que não é possível lidar com a infecção, de caos, aumentando a realidade. "Pensar que a epidemia é uma situação transitória que vai passar e que você está contribuindo positivamente para isso, ajuda a acalmar a mente", reforça a psicóloga.
Neste momento o uso excessivo das redes sociais pode ser angustiante. É preciso ter cuidado e medir o tempo para não fazer uso das mídias de forma obsessiva, com o consumo exagerado de conteúdo informativo, mas também de fake news que propagam o pânico. Renata Mafra recomenda como estratégia para o equilíbrio psicológico, a escolha de uma fonte de informação que seja segura e um horário limitado do dia para ser dedicado às notícias focadas na epidemia. Nesses dias de reclusão, é preciso observar também os relacionamentos. Conversas pessimistas que provocam sentimentos depressivos não são as melhores escolhas neste momento.
Ideias negativas, que trazem medo e muita apreensão são comparadas a gatilhos tóxicos que desencadeiam pensamentos que não são bons. Elas podem ser combatidas com a ideia de que todos estamos juntos. "Em um só barco", lembra a psicóloga. "Os impactos na economia, outra grande angústia da população, poderão ser minimizados com medidas governamentais, o mais importante é lembrar que haverá uma saída e que as medidas tomadas agora são importantes". A socióloga Conceição Luciano observa que neste momento ficar em casa pode ser visto como privilégio. "Há pessoas que não vão conseguir cumprir a quarentena por dependerem do trabalho de cada dia, essas sim estão em uma situação preocupante, correm mais risco". Praticar a empatia pode ser um bom remédio. "Neste momento o estado está fazendo o que de fato precisa ser feito, exercendo pressão para que as pessoas se recolham," observa Conceição. A socióloga pondera que a epidemia também demonstra algumas características do brasileiro que é solidário em muitos momentos, mas que precisa de pressão para ficar em casa.
Uma boa estratégia para cuidar da saúde mental é planejar uma rotina, já que ter um hábito regular traz equilíbrio emocional. Para aqueles que não podem trabalhar é hora de aproveitar o tempo livre para organizar a casa, se exercitar, praticar o relacionamento familiar ou mesmo desenvolver atividades que tragam prazer, o ócio criativo, e o mais importante, tendo sempre em mente que não estamos sozinhos, mas junto com todo o país e com vários países do mundo. "Se ainda assim você se sente angustiado não hesite em buscar ajuda".
Saiba como proteger a saúde mental em tempos de coronavírus
1) Cuidado com o excesso de informações
Tente não ficar conectado o tempo tudo, isso pode fazer a ansiedade crescer.
2) Cuide do corpo
Tente praticar exercícios físicos e manter a alimentação saudável. Evite os exageros.
3) Faça coisas que gosta
Ouvir música, um curso online, ler um livro, assistir filmes.
4) Pratique a resiliência
Olhe a situação de forma realista, sem pânico. Tente perceber o que pode aprender.
5) Aproveite para colocar coisas pessoais em ordem
6) Estabeleça uma rotina
Tente fazer as coisas no mesmo horário, como o trabalho e autocuidados
7) Se conecte com pessoas8) Peça ajuda se precisar
Se perceber que está sobrecarregado, ansioso ou depressivo busque ajuda com o médico, psicólogo, familiares e também junto ao Centro de Valorização da Vida (CVV) ligando para o número 188
Sensação
Vento
Umidade