As escolhas

Durante muitos anos, eu escutei pessoas me dizerem que eu devia mudar...

Eu escutava que da forma que eu agia eu não iria para frente, como eu respondia eu não era uma boa filha, que  não seria uma boa  mãe, que eu não daria certo na vida...  que para ficar bonita  eu precisava me vestir de outra forma, cortar o cabelo, parar de roer unhas etç, . Depois veio:  assim como eu vivia não estava certo, eu tinha que ter uma família para mostrar à sociedade que eu era tradicional ou séria caso contrário não seria aceita ou respeitada  pelas pessoas ou amigos...   E a pouco, escutei que da forma que eu atendia e como estava diferente demais a mobília da sala onde atendo eu não parecia uma profissional  competente... MUDAR...

Eu percebi que todos que me falavam em mudança, com intuito de me auxiliar, expressavam a partir dos  padrões estabelecidos sim, mas eu me perguntava:  por que eles não eram felizes?   Será  porque estes padrões não eram “deles” mas foram  herdados dos pais, avós, família, cultura, mídia, sociedade, como a fórmula da  felicidade ou da tribo?   Mas por que o meu padrão não era bom o suficiente ou o deles precisava ser tão alto?   Será que eles não tinham competência ou coragem para criar seus próprios padrões?   E, como seria não fazer parte de tribos e padrões pré-estabelecidos e limitantes, será que não seríamos mais felizes e leves se escolhêssemos pertencer a nós mesmos?

E eu descobri, que eu queria mesmo pertencer a tribo do meu coração. Por que é tão difícil pertencer a si mesmo,olhar para dentro de nós e fazer perguntas como: - O que realmente gosto? - Por que eu faço certas coisas e desta forma ou por que eu preciso comer maionese no domingo ? - Por que preciso do carro do ano ou ter uma casa na praia? - Por que meus filhos tem que estudar em tal escola e serem perfeitos?  - Por que eu não posso ser normal, com questionamentos, desejos e inseguranças? - O que me faz acordar todos os dias e ter vontade de sair da cama? 

E me dei conta que escolhi encontrar  minha “ fórmula  ou tribo”, e ela é muito mais amorosa e perceptiva, fraterna e carinhosa pois é gerada pelo meu coração. E ele é participativo no meu dia, é compassivo e perdoa,  tem altos e baixos e ao mesmo tempo me dá paz, lucidez e certeza que eu vou seguir consciente.  Ele fica feliz com minhas vitórias e conquistas e é onde eu desperto todos os dias com palavras de gratidão nos lábios pelo presente de mais uma oportunidade me transformar em quem eu sou... e  continuar escolhendo a inteireza do meu ser!!! 

Paz e Bem a todos!

Lairester Salla  –  Terapeuta Holística Transpessoal  x