Nunca fomos tão estimulados a ficar dentro de casa e sem circular diariamente por ambientes externos. Mas isso não significa que a pele esteja sendo 100% preservada do fotoenvelhecimento. Se por um lado temos menos tempo sob o sol, por outro, ficamos horas e horas frente aos computadores, tablets, celulares e televisão. Esses equipamentos emitem luz em direção à pele, a chamada luz azul, que também é capaz de estimular o aparecimento de manchas e favorecer linhas finas de expressão. Estamos perdidos? Não, longe disso! A solução você já conhece: passar filtro solar diariamente no rosto, pescoço, colo e mãos. E retocar ao longo do dia.
O dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dá mais detalhes na entrevista abaixo. Na sequência, uma seleção de protetor solar, nossos eternos aliados, selecionada por Marie Claire.
MARIE CLAIRE A luz artificial pode provocar danos à pele?
LUCAS MIRANDA Sim, o fotoenvelhecimento também pode ser provocado pela exposição à luz artificial, como de lâmpadas e da luminosidade de eletrônicos, causando manchas e intensificando linhas de expressão. Isso acontece porque essa luz também é capaz de alterar as células de pigmentação, os melancócitos, e modificar os produtores de colágenos, os fibroblastos, que dão sustentação à pele.
MC Mas a luz artificial provoca a mesma intensidade de fotoenvelhecimento do que o sol?
LM Não, raios solares são responsáveis por produzir cerca de 67% dos radicais livres, promotores do fotoenvelhecimento, enquanto a luz artificial é responsável por mais ou menos 22%. Além disso, a incidência solar pode trazer danos à saúde e a luminosidade das lâmpadas não.
MC Como assim?
LM O sol emite uma gama de radiações, tanto ionizantes quanto não-ionizantes. As ionizantes, UVA e UVB, são responsáveis pela formação de câncer de pele.
As luzes de casa só emitem a luz não-ionizante, que não causa câncer, mas gera envelhecimento e manchas na pele.
MC Há um tipo de iluminação residencial que traz mais prejuízo à pele do que outra?
LM Sim, as lâmpadas que aquecem, também conhecidas como lâmpadas quentes ou incandescentes, emitem raios prejudiciais que tendem a ser mais nocivos à pele que as lâmpadas halógenas ou frias.
MC E a luz azul das telas?
LM A luz de computadores e celulares representa uma parcela menor de risco, mas também pode alterar os tecidos da pele. O tempo de exposição à luminosidade de celulares e computadores pode favorecer, ou intensificar, o surgimento de manchas, linhas finas e rugas. Isso acontece porque essa luz estimula a produção de radicais livres e de melanina.
MC O que pode ser feito para proteger a pele?
LM O melhor seria diminuir o tempo que passamos em frente à tela. Caso isso não seja possível, sugiro usar um acessório nas telas, película ou filtro de luz azul, aumentar a distância entre tela e rosto e caprichar nos protetores solares para o rosto.
MC O protetor solar facial também protege contra essa luz azul de telas?
LM Sim, há pesquisas que indicam que o filtro solar com base pode preservar ainda mais a pele porque ele proporciona duas proteções, a química e a física. Outra opção seria usar o filtro solar tradicional e, por cima, aplicar um pó compacto ou uma base de maquiagem mesmo, que também funcionam como barreiras protetivas. O importante é usar o filtro solar sempre em casa e retocar! Pelo menos três vezes ao dia ou sempre que for necessário, como, por exemplo, em dias mais quentes, quando tendemos a transpirar mais.
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