Você mãe, já esteve na situação de adiar seus planos sobre a maternidade por conta da sua carreira? Ou você está sobre outra perspectiva, onde a maternidade lhe impulsionou a dar outro rumo para sua vida profissional?
Falar sobre maternidade e carreira abre um leque com inúmeras situações, que abarcam um cunho pouco positivo sobre essa tríade: mulheres, filhos e carreira. Isto porque, no mundo corporativo sabemos que o universo masculino ainda impera, mas a força feminina vem crescendo exponencialmente. Considerando poucos anos de inserção da mulher, no trabalho fora de casa, é entendível porque ainda há tantas diferenças.
A mulher e o mercado de trabalho
Embora sendo recente esse contexto de “mulher profissional”, é notável o crescente espaço conquistado; tendo ainda em muitas circunstâncias a persistência do preconceito. Assumir esse novo espaço, desempenhar esse novo papel, trouxe mudanças significativas nas estruturas familiares, na educação dos filhos e principalmente no nível de cobrança sobre as mulheres, seja através dos outros e/ou delas próprias.
Em uma década (1990 – 2000), o número de mulheres responsáveis pelos domicílios brasileiros aumentou de 18,1% para 24,9%, segundo a pesquisa “Perfil das Mulheres Responsáveis pelos Domicílios no Brasil”, do IBGE. Outra característica é a queda da taxa de fecundidade, de 2,3 filhos. Há 40 anos, eram 6,3 filhos. Além disso, houve um aumento expressivo no nível de instrução da população feminina.
A mulher e a maternidade
Esta breve contextualização é para visualizarmos como a equação maternidade e carreira não é simples de equilibrar. Até porque, entre mãe e profissional, existe a primeira identidade, que é ser mulher. Valores, significados e escolhas são construídos por cada mulher ao longo da vida e, vale lembrar, nada disso é estático, tudo pode ser flexível e passível de mudanças e adaptações.
Portanto, não há certo ou errado na decisão que cada mulher toma, com relação a conciliação dos seus papeis. Mas, é bom pensar que culpa e arrependimento são sentimentos que não combinam com uma maternidade amorosa ou com uma carreira de destaque. Então, uma dose extra de não julgamento e de autocuidado contribuem para que o emocional seja preservado.
A mulher, ao estar inserida neste ciclo vicioso entre as exigências externas e a auto exigência da perfeição, entra muitas vezes em um impasse: como cumprir o papel de mãe em concomitância com o papel da profissional no trabalho. Esta relação pode levar à dificuldade de lidar com os erros da mulher humana, que está entre todas estas versões, e é sujeita a erros como qualquer ser humano. Mulheres, mães e profissionais não são robôs, máquinas ou super-heroínas. A alta expectativa com relação a si mesmas ou aos filhos, causa uma frustração muito grande, capaz de transformar uma relação saudável e prazerosa em algo pesado e extremamente desgastante.
Ficam algumas dicas para que as mulheres, mães e profissionais observem suas rotinas e verifiquem o que já aplicam e o que podem ampliar:
Tenha uma rede de apoio: Ter alguém para auxiliar no cuidado dos filhos é importante para ter alguns momentos de lazer e cuidados pessoais, se dar ao luxo de por algumas horas ficar só ou curtir com seu parceiro um programa de casal;
Converse sobre seus sentimentos: Falar sobre angústias, dúvidas, medos e sobre as diversas fases da criação dos filhos e a carreira, tem um sentido de alívio e de troca, pois faz você perceber que não está só nessa empreitada;
Não se cobre demais: Quando estiver com seus filhos esteja por inteiro, conectando-se e vivenciando as experiências juntos, sem dividir sua atenção com mais nada, registrando cada momento principalmente na memória e no coração;
Se adapte: Flexibilizar a rotina, renegociar e alinhar acordos familiares, dividir e alternar tarefas são ações simples, mas importantes para não se sobrecarregar! Isto vale, até mesmo, para as mulheres que abriram mão da sua carreira para se dedicar exclusivamente a ser mãe.
Por fim, para que esta mulher, mãe e profissional, enfrente a realidade de cumprir todos estes papéis sem deixar de ser feliz; é desejável que esteja em desenvolvimento constante, consciente de informações importantes e praticante de ações e rotinas que lhe fazem bem de maneira global. É preciso compreender-se enquanto mulher, mãe e profissional, exercendo seus papeis com maior clareza e leveza, sempre pautada na amorosidade e no cuidado de si.
Michelle Cavichioli – Psicóloga e Coach, esposa e mãe. Possui o propósito de desenvolver pessoas e suas carreiras através de processos individualizados, em grupo ou em empresas.
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