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RELACIONAMENTO

Relacionamento abusivo: 20 sinais de que você está em um

Por Thaiana F. Brotto

05/01/2022 08h37
Por: Redação
Fonte: https://www.psicologosberrini.com.br/

Relacionamentos abusivos podem ser muito difícil de ser identificado.

Confira nesse artigo, elaborado pela psicóloga Thaiana Brotto, os 20 sinais que indicam que seu relacionamento é abusivo.

O assunto “relacionamento abusivo” tem cada vez mais ganhado notoriedade na mídia.

E não significa que a violência contra mulheres cresceu, e sim que muitas tomaram coragem de expor o que acontece com elas. Isso ajudou a muitas mulheres a ganharem força e a buscarem ajuda.

Infelizmente, o abuso nem sempre é óbvio. Psicólogos afirmam que muitas mulheres permanecem no relacionamento abusivo por não enxergarem a natureza dele ou pior, por acharem que são culpadas do próprio abuso que sofrem.

O que é e quais as consequências de um relacionamento abusivo

Alguma vez você esteve em um relacionamento que se sentia o tempo inteiro “pisando em ovos”?

Que tinha que tomar cuidado com o que falava, se comportava ou vestia com medo de receber reprimendas do parceiro?

Pode não haver violência física, mas isso também é um relacionamento abusivo.

Inclusive, este é o tipo de abuso que mais se infiltra em você, tornando-o ainda mais enraizado e difícil de identificar. E, por consequência, mais difícil ainda de sair.

O nome disso é abuso psicológico. E ele tem consequências tão graves ou ainda piores que a violência física.

Quando há agressão física, amigos e familiares conseguem identificar. Já o abuso psicológico é mais difícil de perceber, tanto pelos entes queridos quanto pela vítima.

O abuso psicológico ocorre quando uma pessoa no relacionamento tenta controlar a outramanipulando a percepção que ela tem sobre si mesma, distorcendo seu senso de realidade.

O abuso psicológico contém forte conteúdo emocionalmente manipulador e ameaças criadas para forçar a vítima a cumprir os desejos do agressor.

Todo relacionamento abusivo tem um forte impacto na autoestima. A pessoa abusada começa a se sentir impotente e possivelmente até sem esperança.

Além disso, a maioria dos abusadores psicológicos são capazes de convencer a vítima de que ela é culpada pela agressão que sofre, de que é responsável pelo que acontece.

E é por isso que é tão difícil uma mulher sair de um relacionamento abusivo. Quando se sente culpada, faz de tudo para tentar concertar o relacionamento.

Dizer para uma mulher que “ela pode sair se quiser” ou ainda “está nessa porque quer” apenas reforça a culpa, prendendo-a ainda mais no jogo doentio do manipulador.

Para conseguir ajudar uma mulher que passa por isso, em primeiro lugar deve-se acolhê-la, criar um espaço seguro para ela. Em segundo lugar mostrar que está sofrendo constante agressão e que ela é a vítima, e não a culpada.

E a terapia é muito importante também. Ela irá ajudar a mulher a recuperar sua autoestima, romper com as correntes psicológicas e emocionais do abusador e a lidar com o trauma e sofrimento a que esteve exposta por um longo período.

Sinais de alerta de um relacionamento abusivo

Abusadores são muito bons no que fazem e encontram até mesmo formas requintadas de causar sofrimento e manter o controle sobre suas vítimas sem serem percebidos.

Uma forma sofisticada de abuso psicológico é muitas vezes referida como “gaslighting”.

O “gaslighting”. acontece quando informações falsas são apresentadas com a intenção de fazer as vítimas duvidarem de sua própria memória, percepção e sanidade.

Os exemplos podem variar simplesmente do agressor negar que ocorreram incidentes abusivos anteriores para encenar eventos bizarros com a intenção de confundir a vítima.

Até mesmo um inocente “Eu te amo, mas…” pode ser um gatilho e uma forma sofisticada de abuso. Na grande maioria das vezes é uma crítica/agressão disfarçada de elogio.

Assim a vítima vai baixando a guarda pois não enxerga a má-intenção por trás dessas palavras. Essa afirmação constante lentamente tira sua autoestima, o que é fundamental para manterem o controle e perpetuarem o abuso.

Outra forma sofisticada de controle que os abusadores fazem é algo como “dar migalhas” às vítimas.

De repente eles dão presentes, propiciam bons momentos, como se isso apagasse todos os maus tratos que a pessoa sofreu.

É preciso entender que isso faz parte da dinâmica e do ciclo de abuso. É uma das formas efetivas que eles encontram para prender ainda mais a vítima.

Principais sinais de alerta de um relacionamento abusivo

Como vimos, um relacionamento abusivo nem sempre é óbvio. Os abusadores são muito bons no que fazem e ótimos manipuladores. Por isso, é preciso estar atento aos sinais de alerta.

Fizemos uma lista de sinais comuns de relacionamento abusivo. Se você perceber que pelo menos 4 desses itens são uma constante em sua vida, procure ajuda.

Ressaltamos que é muito importante que a vítima procure ajuda em grupos de apoio especializados e a ajuda de um psicólogo para dar início à psicoterapia. Como vítima, seu senso de realidade pode estar muito afetado e a suas emoções confusas demais para conseguir sair sozinha.

Há muito trauma e manipulação forte envolvidos, ter o apoio de um psicólogo ou um orientador de um grupo de apoio é fundamental para que você consiga romper com o abusador e também para que possa reconstruir/retomar sua vida.

Agora vamos à lista dos sinais:

1.      Ele constantemente lhe humilha e embaraça?

2.      Ele constantemente lhe coloca para baixo?

3.      Ele vive lhe criticando?

4.      Ele se recusa a conversar com você, principalmente quando há problemas no relacionamento (como ouvir que você está triste, indícios de infidelidade etc.)

5.      Ele ignora ou exclui você? Às vezes te bloqueia temporariamente para te deixar instável?

6.      Tem casos extraconjugais?

7.      Ele costuma flertar, dar em cima de mulheres na sua frente?

8.      Abusa do sarcasmo e de um tom de voz desagradável?

9.      Parece que ele tem inveja irracional de você? Diminui suas conquistas?

10.  Apresenta mau-humor extremo, principalmente quando estão em casa e sozinhos?

11.  Faz piadas ou constantemente tira sarro de você, como forma de bullying?

12.  Diz muito “Eu te amo, mas…”?

13.  Diz coisas como “Se você não fizer _____, eu irei_____” (se você fizer x coisas eu irei procurar outra mulher que faça, por exemplo)?

14.  Apresenta constante comportamento de dominação e controle?

15.  O afeto inicial do relacionamento diminuiu, ao ponto de quase não existir mais?

16.  Culpa você por tudo? Atenção, isso vale tanto para as pequenas coisas quanto as grandes. Por exemplo: “Eu deixei aquele copo sujo na pia, por que você sempre me distrai do que é importante?” “Eu te traí por que você não me dá atenção e não me satisfaz como homem, você é fraca”?

17.  Isola você de amigos e familiares? Atenção, isso nem sempre é facilmente perceptível. Ele começa criticando seus amigos e famílias, finge que gosta que saia com os amigos, mas quando chega em casa, ele está de mau-humor ou extremamente te critica.

18.  Usa o dinheiro para controlar?

19.  Liga o tempo todo ou ainda manda constantes mensagens de texto quando você não está com ele?

20.  Ameaça cometer suicídio se você terminar?

Reiteramos que se a resposta for sim a, pelo menos, 4 itens dessa lista procure ajuda. É muito importante o papel do psicólogo nesse momento. Ele irá ajudá-la a identificar o relacionamento abusivo e orientar como agir.

Lembre-se, a agressão psicológica é tão danosa se não pior que a física. E é muito comum que os abusos cresçam ao ponto de chegar a atos de violência, até mesmo que ameacem sua vida. E a de sua família.

E por fim, nunca se esqueça: não é sua culpa. Os abusadores são especialistas em manipulação com um talento especial para fazer você acreditar que a violência que sofre e os maus-tratos são sua culpa.

Essas pessoas sabem que todo mundo tem inseguranças e usam essas inseguranças contra você. Isso é parte do jogo. Assim como a mosca não é culpada pela teia em que está presa você não é culpada pelos maus-tratos que sofreu.

Autora: Thaiana F. Brotto

Thaiana Filla Brotto é psicóloga especialista pela USP em Terapia Cognitivo Comportamental e é CEO do consultório Psicólogos Berrini.

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