De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), depois do câncer de pele, não melanoma, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. O Instituto estima 57.960 novos casos, no ano de 2016.
O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura, durante o tratamento.
A professora e pesquisadora do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno e Nanomateriais (MackGraphe) e colaboradora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Cecília de Carvalho Castro e Silva, criou um dispositivo, em parceria o professor e pesquisador Lauro Tatsuo Kubota, capaz de identificar, precocemente, o câncer de mama.
O dispositivo é altamente sensível, do tamanho de uma moeda de cinquenta centavos, com 64 sensores integrados, capaz de identificar precocemente o câncer de mama.
Segundo a pesquisadora, o dispositivo ou sensor monitora uma proteína, chamada de HER2 (Human Epidermal Growth Factor Receptor 2, na sigla em inglês), que, em quantidades anormais, se expressa em 25% a 30% dos casos de câncer de mama, tornando-se desta forma, um importante biomarcador para o câncer mamário: “Quando uma pessoa inicia um processo de desenvolvimento de uma doença, a presença dessa proteína ou biomarcador é aumentada no sangue humano e esse dispositivo consegue detectar a proteína, 6 meses antes do tumor ter sido formado. Os estudos mostraram que o aumento da concentração da proteína está relacionado com a formação do tumor”, disse a pesquisadora.
Cecília explica que o dispositivo poderá ser usado para diversos casos: “Se conseguirmos detectar a proteína em uma concentração baixa, conseguiremos indicar esse dispositivo para mulheres que tem histórico de câncer de mama na família e para mulheres que estão fazendo tratamento, para acompanhar a eficácia da quimioterapia, pois durante o tratamento, se a concentração de proteína diminuir, indica que o tratamento está sendo efetivo”, explica a pesquisadora.
O dispositivo está em fase 2, envolvendo amostras reais, para que se possa colocá-lo no mercado. De acordo com a professora, esse ano, com uma parceria com o Hospital da Saúde da Mulher, será possível fazer por meio de voluntárias, consideradas HER2 positivas, testes diretamente com o sangue bruto delas, com apenas uma gota de sangue, como em um exame para medir o nível de glicose no sangue.
Nos métodos tradicionais utilizam-se o exame do toque da mama e a mamografia. No exame do toque, a mulher só consegue identificar o câncer quando o nódulo já está com um centímetro ou mais. Na mamografia é possível detectar nódulos de até quatro milímetros. Nestes casos o câncer já está instalado e, muitas vezes, pode ser tarde. Devido a isso, esse biomarcador será muito importante, pois poderá detectar, em alguns casos, o câncer de mama, antes da formação do nódulo.
O feito de Cecília e do professor Lauro está sendo muito festejado.
A internauta Viviam Helena Freitas usou suas redes sociais para comemorar: “Hoje, todos os holofotes deveriam estar apontados para essa mulher, mas não estão. Talvez porque ela não seja casada com algum funkeiro polêmico, ela não é modelo, dançarina e nem garota de programa, ela não é alguma deputada envolvida em escândalos de roubo e também não é nenhuma Youtuber que viralizou postando conteúdo inútil.
CECILIA DE CARVALHO E SILVA é uma cientista e pesquisadora da Unicamp que desenvolveu um pequeno equipamento que pode detectar a formação de câncer de mama 6 meses antes de algum nódulo aparecer. O aparelho possui 64 sensores, que com apenas uma gota de sangue faz a análise, transformando a reação química em corrente elétrica. Parabéns CECILIA!!!
Doutora em química pela Universidade Estadual de Campinas. Cecília é professora assistente da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisadora do MackGraphe- Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias. Tem experiência na área de síntese de grafeno via processo CVD, óxido de grafeno e esfoliação de dicalcogenetos de metais de transição TMDs, funcionalização de materiais uni e bi-dimensionais, desenvolvimento de biossensores do tipo transistores de efeito de campo (FETs), microfabricação e processos em sala limpa.
(Da Redação, com informações da EBC e da Currículo Lattes)
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