Infelizmente, convivemos com essa tragédia anunciada todos os dias de nossas vidas. Porém, com uma grande preocupação, quem será a próxima vítima?
Poderíamos nos perguntar de quem é o culpa pelos acidentes de trânsito. Do condutor? Do Governo? Do outro condutor? Do pedestre? Enfim, são perguntas que realizamos toda vez que ouvimos, presenciamos, ou tomamos conhecimentos de algum tipo de acidente. Porém, é necessário refletir acerca de alguns aspectos, como por exemplo, estamos preparados para dirigir, pilotar ou conduzir um veículo automotor (motocicleta, automóvel, ônibus ou caminhão)?
Os procedimentos adotados pelos Centros de Formações de Condutores e pelo Detran, para preparar um novo condutor(a), é suficiente? São lamentáveis essas mortes e/ou sequelas deixadas pelos acidentes, tanto para às vítimas e seus familiares. Já repetir isto em outras oportunidades, mas, não cansarei de repetir, pois, tenho o hábito de ler os noticiários todos os dias e principalmente as segundas-feiras a manchete é a mesma, vítimas e mais vítimas de acidentes de trânsito.
Mas, é oportuno dizer que em partes, nossa sociedade tem uma parcela de culpa, pois toda vez que se realizar uma fiscalização de trânsito mais intensa são os primeiros a reclamar. Acredito que somente através de uma educação para o trânsito continuada em todos os níveis educacionais, seja no ensino fundamental, médio e superior, é que poderemos transformar essa realidade, mas há que se destacar que isso poderá levar talvez o tempo de uma geração, ou seja, uns 20 anos. E enquanto isso, seguindo as estatísticas, se acaso conseguirmos mudar nossa realidade no trânsito daqui a mais ou menos uns 20 anos, mesmo assim terão morrido vítimas de acidentes de trânsito, cerca 1.000.000, isso mesmo, um milhão de pessoas, somente no Brasil, e é sabido que para cada 1 vítima fatal, entendesse como vítima fatal, aquela que morre no local do acidente, outras 05 pessoas são hospitalizadas, ficando com sequelas permanentes.
Para frearmos essa estatística que cresce assustadoramente, sugiro que imediatamente, se intensifique a fiscalização de trânsito, com mais radares, bafômetros, agentes de trânsito, policiais rodoviários, policiais militares, com a missão de fiscalizar e para isso, os órgãos de trânsito responsáveis pelos devidos processos administrativos, deverão ter mais agilidades nos seus procedimentos, para que de uma forma mais objetiva, possa dar a resposta à sociedade de que os infratores estão sendo punidos.
É flagrante a sensação para não dizer impunidade no trânsito, e não são poucos casos, mas o nosso ordenamento jurídico lhes dá essa oportunidade, pois vivemos em um Estado democrático de direito, sendo assim, todos tem o direito da ampla defesa, conforme reza nossa Constituição Federal de 1988, que elevou o direito a ampla defesa à categoria de princípio constitucional, ao dispor em seu artigo 5º, inciso LV, que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".
Não discuto nossas garantias constitucionais, discuto sim, que se faz necessário para tais crimes, uma revisão em nossas leis infraconstitucionais, justamente para oferecer uma sensação de segurança a toda população.
Acredito que a simples prisão não seria a solução para o problema, pois nosso sistema penitenciário, não é o melhor caminho a reabilitação, pois está com vários problemas, necessitando urgente de mudanças, acredito que a educação e a fiscalização possam transformar essa triste realidade.
Dessa forma, como a educação para o trânsito não é uma meta dos nossos governantes, pelo menos na prática, e é só observarmos as campanhas anuais que são intituladas como a Semana Nacional do Trânsito, onde durante os dias 18 a 25 de setembro de cada ano, são realizadas palestras e/ou atividades educacionais. Não preciso nem comentar que essa ação isolada sem continuidade, não produz efeito duradouro, ela é importante, mas não eficaz. Entendo que durante a semana (18 a 25/09), deveriam os órgãos de trânsito discutirem o que foi realizado durante todo o ano, e que deu certo ou errado, quais as metas para o próximo ano, enfim, não realizar em uma semana uma maratona de atividades, onde nem toda a população toma conhecimento das atividades. Nesse mesmo prisma, vem também a fiscalização, que não atende nossas necessidades, por vários motivos, falta de efetivo, falta de comprometimento profissional, falta de atualização/motivação, falta de valorização pessoal.
Segundo a ideia de Karl Marx, um filósofo contemporâneo, onde o que ele mais critica é a questão de como compreender o que é o homem. Não é o ter consciência (ser racional), nem tampouco ser um animal político, que confere ao homem sua singularidade, mas ser capaz de produzir suas condições de existência, tanto material quanto ideal, que diferencia o homem." Sendo assim, sugiro que cada um de nós, cidadãos e cidadãs, façamos a nossa parte, que é obrigação de cada um, ou seja, se queremos um mundo mais justo e bom para se viver, vamos lutar para isso, vamos mostrar que queremos mudar, para isso temos que nos unir.
E com relação as regras básicas de circulação e conduta no trânsito, nesse momento é só respeitar para ser respeitado, nada de querer dar um jeitinho, querer passar na frente do outro, vindo com aquelas desculpas que é só hoje, ou foi a primeira vez, não farei isso novamente, desculpa seu guarda...!
No trânsito, corremos o sério risco de não termos uma segunda chance, o erro pode ser fatal. Não sejamos egoístas com nossas atitudes, temos que pesar em quem está em casa nos esperando, nossos filhos, nossas esposas, nossos pais, enfim, não somos sozinhos, vivemos em sociedade, há outras pessoas em nossa volta.
RESPEITE A VIDA. RESPEITE O TRÂNSITO!!!
“Na vida quanto mais se vive mais se aprende. No trânsito, quanto mais se aprende mais se vive”! (autor desconhecido).
Autor: Prof. Emerson Luiz Andrade
Especialista em Gestão e Segurança no Trânsito
Coordenador Pedagógico ASCONTRAN
Instagram: @emersonluizandrade
Twitter: @andradetransito
Facebook: emerson andrade.
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